domingo, 5 de dezembro de 2010

Câncer Bucal

O câncer de boca é uma denominação que inclui os cânceres de lábio e de cavidade oral (mucosa bucal, gengivas, palato duro, língua oral e assoalho da boca). O câncer de lábio é mais freqüente em pessoas brancas, e registra maior ocorrência no lábio inferior em relação ao superior. Em casos mais extremos, quando há metástase, pode chegar à região da orofaringe (pescoço) e subir para o rosto. O câncer em outras regiões da boca acomete principalmente tabagistas e os riscos aumentam quando o tabagista é também alcoólatra.
Os fatores que podem levar ao câncer de boca são idade superior a 40 anos, vício de fumar cachimbos e cigarros, consumo de álcool, má higiene bucal e uso de próteses dentárias mal-ajustadas.O cigarro e o álcool, além de potencializar o aparecimento de várias doenças, são os principais fatores de risco de câncer de boca – doença agressiva que pode mutilar o rosto e matar.
No Brasil, este é o quinto tipo de câncer mais comum entre os homens. Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer) estimam que surgirão 14.120 novos casos de câncer de boca no país somente em 2010, dos quais 10.330 em homens e 3.790 em mulheres.
Os homens são as principais vítimas, pois costumam fumar e beber mais. No entanto, com a mudança de hábitos, a doença também se alastra entre as mulheres. Atualmente é o sétimo tipo de câncer mais comum entre elas. Em 2007, era o oitavo.
Segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde), 43% das mortes por câncer em todo o mundo são causadas pelo consumo do tabaco, do álcool, por maus hábitos alimentares e de estilo de vida e infecções.

Segundo Teresa Márcia Nascimento de Morais, consultora da Associação Brasileira de Odontologia, quem fuma tem 25 vezes mais chance de ter doenças na boca do que os não fumantes, o que pode piorar com a ingestão de bebidas alcoólicas.
Isso acontece porque o tabaco e o álcool causam alterações nas células da mucosa da boca e da pele, capazes de acelerar o crescimento das células cancerígenas e aumentar as chances de lesões e tumores.
Quem deve detectar essa anormalidade é o cirurgião dentista, após biópsia. Teresa orienta a procurar um deles ao perceber ferida, nódulo, lesão ou manchas avermelhadas, escuras ou esbranquiçadas na boca, que não cicatrizaram em uma semana.

O principal sintoma deste tipo de câncer é o aparecimento de feridas na boca que não cicatrizam em uma semana. Outros sintomas são ulcerações superficiais, com menos de 2 cm de diâmetro, indolores (podendo sangrar ou não) e manchas esbranquiçadas ou avermelhadas nos lábios ou na mucosa bucal. Dificuldade para falar, mastigar e engolir, além de emagrecimento acentuado, dor e presença de linfadenomegalia cervical (caroço no pescoço) são sinais de câncer de boca em estágio avançado.

Prevenção e Diagnóstico Precoce
Pessoas com mais de 40 anos de idade, dentes fraturados, fumantes e portadores de próteses mal-ajustadas devem evitar o fumo e o álcool, promover a higiene bucal, ter os dentes tratados e fazer uma consulta odontológica de controle a cada ano. Outra recomendação é a manutenção de uma dieta saudável, rica em vegetais e frutas.

A lógica da prevenção é a mesma de outros tipos de câncer. Quanto antes identificado, melhor, pois isso pode evitar o tratamento com quimioterapia e radioterapia, e aumentar as chances de cura.
Se tratado logo no início, a chance de cura chega a quase 80%, segundo dados da OMS.

A exposição ao sol sem proteção também aumenta as chances de adquirir o câncer de lábios, o carcinoma de boca mais comum entre os brasileiros. Segundo a cirurgiã dentista Denise Abranches, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), que trabalha no setor de Estomatologia (especialidade que estuda doenças da boca) do Hospital São Paulo, pessoas que trabalham ao ar livre, como garis, trabalhadores rurais e motociclistas, costumam ser vítimas. A falta de informação, segundo ela, ajuda na descoberta tardia do diagnóstico.

Tratamento
O tratamento do câncer de boca é multidisciplinar, ou seja, depende da ação conjunta do dentista e do cirurgião de cabeça e pescoço, além do apoio de fonoaudiólogo e mesmo de um psicólogo, quando a cirurgia deforma o rosto do paciente. Segundo Onivaldo Cervantes, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia de Cabeça e Pescoço, o procedimento adotado no tratamento depende da gravidade do tumor, ou seja, se é inicial (menor de 4 cm), médio (até 4 cm) e avançado (acima de 4 cm).

Nos casos mais simples, a cirurgia pode acabar com a doença, ao retirar o tumor. No entanto, se há presença de tumor na região cervical (pescoço), é necessária a cirurgia para retirada, conhecida como esvaziamento cervical, se houver chance dele se espalhar.

Quando o câncer se espalha, a cirurgia de retirada pode significar a remoção de algumas partes da face, deixando o paciente literalmente mutilado. Por isso, muitas vezes a operação envolve a necessidade de reconstituição facial feita pelo próprio cirurgião dentista e, em alguns casos, com auxilio do cirurgião plástico.
A cirurgia e/ou a radioterapia são, isolada ou associadamente, os métodos terapêuticos aplicáveis ao câncer de boca. Para lesões iniciais, tanto a cirurgia quanto a radioterapia tem bons resultados e sua indicação vai depender da localização do tumor e das alterações funcionais provocadas pelo tratamento (cura em 80% dos casos).

As lesões iniciais são aquelas restritas ao seu local de origem e que não apresentam disseminação para gânglios linfáticos do pescoço ou para órgãos à distância. Mesmo lesões iniciais da cavidade oral, principalmente aquelas localizadas na língua e/ou assoalho de boca, podem apresentar disseminação subclínica para os gânglios linfáticos cervicais em 10% a 20% dos casos. Portanto, nestes casos, pode ser indicado o tratamento cirúrgico ou radioterápico eletivo do pescoço.

Fonte:
R7.com
INCA

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